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Guia Culinário 01/03/2021

Arroz tem açúcar? Entenda sua relação com a glicose

Embora tenha apenas 0,1 gramas de açúcar por porção, o arroz é um alimento caracteristicamente conhecido por influenciar no aumento da glicose. Por isso, muitas pessoas têm dúvidas sobre como o alimento se transforma em açúcar no sangue e se ele pode ser consumido ou não por pessoas que precisam controlar a glicemia. Para entender melhor essa relação, nós conversamos com a nutricionista Liliam Teixeira, membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM) e da Associação Brasileira para Estudo da Obesidade (ABESO).

Mesmo não sendo rico em açúcar, o arroz tem carboidrato e se transforma em uma fonte de energia rápida durante a digestão

De acordo com Liliam, a questão do arroz não é especificamente a quantidade de açúcar presente no alimento. Na verdade, alimentos como arroz branco, pães, pizzas, batata inglesa, leite e derivados são fontes de carboidratos simples, que se transformam rapidamente em açúcar ao serem digeridos, elevando o índice glicêmico.

“O arroz é rico em carboidrato, e no processo de digestão o carboidrato se transforma em açúcar. Se comermos em grande quantidade, isso irá influenciar no aumento da glicose. Por isso, durante o acompanhamento nutricional nós sempre calculamos de forma individualizada a quantidade que cada pessoa deve comer no dia e fazemos isso de acordo com os resultados da glicose no exame de sangue dessa pessoa”, explica a nutricionista.

Apostar no arroz integral é uma das formas de controlar a quantidade de açúcar no sangue

Diferente do arroz branco, o arroz integral é rico em fibras e carboidratos complexos. Isso significa que ele leva mais tempo para ser digerido, aumentando a sensação de saciedade e demandando mais energia do corpo para realizar todo o processo.

Para Liliam Teixeira, quem precisa se preocupar com o aumento excessivo da glicose deve sempre apostar na opção integral e controlar a quantidade de porções ingeridas. “Quem tem glicemia alta deveria tentar ingerir o máximo de alimentos integrais, mas sempre na quantidade correta para as suas necessidades. Se escolhermos a opção integral, terá mais fibras, e o processo de digestão será um pouco mais lento, o que dará mais saciedade”, afirma.

Outra sugestão é apostar em uma tradição comum na mesa dos brasileiros: a famosa dupla do feijão com arroz. Essa parceria, além de se complementar, faz com que o processo de digestão forme proteínas e não apenas carboidratos, mudando a maneira como o nosso corpo absorve os nutrientes do arroz.