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Movimente-se 22/03/2021

O que é sororidade? Entenda seu significado e como aplicá-la no dia a dia

Sinônimo de companheirismo, empatia e união entre as mulheres, a sororidade é um termo que vem se tornando cada vez mais conhecido. Só que, para fazer uma real diferença na sociedade, esse conceito precisa sair da teoria e ser aplicado no dia a dia através de pequenas ações. Para saber mais sobre o assunto, nós conversamos com a psicóloga Mariana Massari, que deu dicas de como praticar a sororidade no dia a dia. Vale a pena conferir!

Afinal, o que é sororidade?

De acordo com a psicóloga Mariana Massari, para realizar mudanças efetivas na sociedade é muito importante adotar algumas atitudes – principalmente no que diz respeito à relação das mulheres entre si mesmas. Aqui, a especialista explica bem o que é sororidade e o que esse termo propõe:

“É um conceito político, mas carrega um significado essencial para a mudança social. Sororidade quer dizer irmandade, mas tem o intuito de promover união, solidariedade e empatia entre as mulheres. É a ideia de que precisamos nos apoiar, nos conhecer e reconhecer. Tem a intenção de ser um pacto social entre as mulheres, para que fiquemos mais fortes para gerar uma mudança real na sociedade atual”, explica.

Saiba como praticar a sororidade de diferentes formas

Existem diversas maneiras de se impor, acolher e ser solidária aos ideais da sororidade. Aqui, a psicóloga recomenda uma série de atitudes que as mulheres poderiam (e deveriam) passar a tomar no dia a dia.

1. Apoie o trabalho de outras mulheres

Investir e incentivar o trabalho de outras mulheres é uma ótima forma de praticar a sororidade, sabia? A psicóloga recomenda buscar sempre negócios de mulheres – seja de doces, artesanatos, bijuterias ou o que for – para dar um apoio quando possível. “Apoie mulheres empreendedoras, priorizando comprar e divulgar seus produtos e projetos ou até mesmo consumindo materiais de talentos femininos na música, na ciência, na literatura. Todo fim de ano, quando entrego as lembrancinhas de Natal aos meus pacientes, escolho uma empreendedora para apoiar – ano passado foi a @dona_calu com seus crochês maravilhosos, por exemplo”, sugere.

2. Dê atenção e ajude mulheres em situações de vulnerabilidade

Praticar a escuta e dar atenção a mulheres que peçam ajuda também é um tipo de conduta essencial. Em muitos casos, tomar uma pequena atitude – como fazer uma ligação ou acolher através de palavras – faz total diferença. “Escute mulheres em situações de vulnerabilidade e violência, ajudando de forma prática, quando possível, como ligando para 180 para denunciar violência contra a mulher ou explicando seus direitos e possibilidades para que ações futuras sejam tomadas. Ajude mulheres que estão passando mal em festas ou bares. Andem juntas na rua e se apoiem em situações difíceis. Não julgue outras mulheres, ouça sempre com respeito”, afirma a psicóloga.

3. Tenha atenção com as palavras e narrativas que utiliza no dia a dia

Além de ajudar efetivamente outras mulheres quando possível, é importante ter atenção para não perpetuar palavras, frases, gírias e até ditados que oprimem e criam um ambiente hostil para o público feminino. “Não reproduza comportamentos típicos da ‘rivalidade feminina’, conceito criado pelo patriarcado e que só causa desunião entre as mulheres. Esse tipo de comportamento aparece em colocações como a de que as mulheres não são amigas de verdade umas das outras, que são interesseiras ou fofoqueiras. Ou quando critica-se ativamente o corpo de alguém, inferiorizando outras mulheres no intuito de competir pela atenção masculina, criando competição desnecessária e prejudicial”, destaca Mariana.

4. Apresente uma visão crítica quanto a músicas, livros e filmes

Analisar a arte de forma crítica – desde livros, filmes, séries até músicas – é uma boa forma de rebater possíveis conceitos machistas e ultrapassados, que são comuns e ajudam a perpetuar uma cultura violenta com as mulheres. A psicóloga destaca a importância de ter uma postura crítica com relação à arte de uma forma geral.

“Critique a cultura atual. Por ser uma cultura enraizada, muitas vezes esse incentivo à rivalidade entre mulheres passa despercebido. Ter visão crítica sobre a música, os filmes e livros nos ajuda a questionar e mudar. Identifique conceitos que perpetuam a desunião e reforçam a ideia de que mulheres são inimigas umas das outras, como vemos em letras musicais que gritam ‘inimigas’, por exemplo. Ou na literatura, quando vemos mulheres em posições de combate e rivalidade – como é o exemplo da Cinderela (e demais princesas clássicas) – brigas com madrastas, sem amigas, apenas competindo pela aprovação do homem-príncipe”, explica a especialista.

5. Exponha sempre a sua opinião e se posicione contra possíveis piadas ou comentários maldosos

Ter voz, se expressar e se impor contra atitudes violentas também é fundamental para combater a violência contra a mulher e colocar a sororidade em prática. De acordo com a psicóloga, esse é um ponto fundamental para a luta feminista. “Exponha sua opinião! Coloque seu ponto de vista para as pessoas ao seu redor. Divulgue seu pensamento e combata piadas e comportamentos machistas que incomodem. Ao se impor, você poderá incentivar essas pessoas a evitar tais atitudes no futuro, fazendo com que menos mulheres sintam o incômodo que você sentiu”, recomenda.

6. Compartilhe todos os seus conhecimentos

Além de estudar, criticar e aprender mais sobre a sororidade e seus conceitos, é muito importante compartilhar conhecimento para passar os pontos mais importantes para frente. A psicóloga destaca a importância de passar os ideais da sororidade para as amigas e pessoas mais próximas no dia a dia. “Compartilhe seus conhecimentos. Nem todas conhecem de forma correta a ideia do feminismo. Criar um espaço seguro para discussões e compartilhamentos nos torna mais conscientes e nos proporciona a oportunidade de exercer a empatia. Unidas, conseguimos ter uma voz mais poderosa e aumentamos nossas chances de sermos ouvidas”, finaliza Mariana.