Cochilar faz bem! Saiba os benefícios da soneca da tarde em nossa vida
Relaxar é preciso para manter a correria do dia a dia mais leve e saudável. Ao longo dos anos, diversos estudos têm sido realizados para concluir que os benefícios do cochilo, por mais curto que seja, são essenciais para nossa vida! Uma boa “soneca”, aliado a uma alimentação correta faz o corpo relaxar, recuperar o ânimo e disposição, nos deixa mais criativos e produtivos, reforça o sistema imunológico e ainda pode reverter o impacto hormonal de uma noite de sono ruim, agravados pela falta de nutrientes que geram insônia.
De acordo com as pequisas, dormir de 10 a 40 minutos depois da refeição revigora o cérebro, dá mais energia e capacidade de concentração, entre diversos outros benefícios. Não é à toa que a hora da “sesta” (ou siesta) é tradição em vários países, principalmente os de climas mais quentes, como Espanha e México. O mundo está repleto de estímulos visuais, barulhos, situações geradoras de tensão e estresse, que tornam, cada vez mais difícil dormir o suficiente – cerca de 6 h a 8 h por noite -, como explica a psicóloga Marinele Simão:
“Cada pessoa tem um metabolismo próprio e sabe o tempo suficiente de sono que precisa ter durante a noite, devemos respeitá-lo para sentir disposição durante o dia. Algumas pessoas sentem sono à tarde, geralmente após o almoço, e devem, se puderem, tirar uma soneca de no máximo 30 minutos, para acordar melhor”, completou a profissional.
Uma pesquisa feita pela NASA em pilotos comprovou que quem tirava aproximadamente 20 minutos para cochilar em voos longos, tinha aumento de 34% na performance e 54% no estado de alerta em comparação com quem não praticava a siesta. Outro estudo, conduzido pela Escola de Medicina de Harvard, na Grécia, com 23.000 adultos, concluiu que pessoas que dormiam no meio da tarde tinham 30% a menos de chance de ter de doenças coronárias.
“Tirar um cochilo à tarde faz muito bem, ainda mais para os hipertensos, pois interromperá a tensão, abaixar o nível de estresse, reduzir a agitação e limpar a mente. Com isso, haverá uma recuperação cardiovascular e a pressão arterial irá se equilibrar, se normalizar”, revela a psicóloga.
Regras para aproveitar o seu cochilo
Para que o cochilo seja proveitoso de verdade é preciso quase um ritual. Antes de mais nada, o tempo de descanso não pode passar de 40 minutos. O ciclo do sono é composto por cinco estágios, a partir dos 45 minutos entramos na terceira fase e a atividade neuronal é bem reduzida, então acordar nesse momento pode causar ainda mais cansaço, sonolência e estresse.
O ritual consiste em criar condições adequadas para dormir: ficar de preferência deitado do lado esquerdo, para melhorar a digestão, e procurar fazer isso em lugares onde o barulho e claridade sejam mínimos.
Para quem se preocupa que o cochilo no meio da tarde atrapalhe o sono noturno, a especialista desmistifica: tirar um cochilo de até 30 minutos à tarde, entre as 12 e 14hs, não interfere no sono da noite. Mas, caso isso aconteça, ela aconselha que o tempo do cochilo deve ser reduzido, para uns 15 minutos, duas ou três vezes por semana, e não mais todos os dias. Marilene alerta: “Se o sono da tarde for persistente e incontrolável, é válido passar por uma consulta médica”, salientou.
Não brigue com o sono!
O cochilo pode combater os efeitos da restrição de sono, ajudando os sistemas imunes e neuroendócrinos a se recuperarem, mas é preciso ter cuidado. O excesso de sono sinaliza que um médico precisa ser consultado, e a ausência mais ainda. O sono insuficiente pode causar muito mais do que a queda da produtividade, pode causar acidentes. Pessoas que dormem pouco tem uma probabilidade muito maior de desenvolver doenças crônicas, como obesidade, diabetes, pressão alta e depressão.
“O sono é reparador e renovador das energias. Além da memória ficar prejudicada, o raciocínio fica mais lento, o humor fica pior, o estado de ânimo ficará mais baixo, a concentração e atenção ficaram comprometidas, e a aparência fica bem abatida. Portanto, respeitar o relógio biológico é fundamental”, encerra Marilene Simão.