Meditação: 5 coisas que você precisa saber antes de adotar a prática
Meditação pode ser muito engrandecedora, sabia? É um momento de conexão com si próprio, que garante mais paz de espírito e autoconhecimento. Só que antes de começar a prática, é importante que você conheça bem quais são os benefícios e seus possíveis efeitos colaterais. Para entender melhor como funciona esse exercício, nós conversamos com o pesquisador Ronaldo Pinheiro, de 72 anos, que já medita há mais de 20. Dá uma conferida no que você precisa saber antes de se lançar no universo da meditação:
1. Não existe um ‘jeito certo’ de meditar
Ao contrário do que muita gente pensa, não existe uma “fórmula mágica” ou forma mais correta de praticar a meditação. No entanto, existem algumas técnicas (principalmente de respiração) e posturas que ajudam a tranquilizar a mente e o corpo, tornando a meditação algo mais natural. Quando estamos em um lugar silencioso, de olhos fechados e com a postura correta (coluna mais reta), fica mais fácil de desconectar a mente.
De acordo com o praticante Ronaldo Pinheiro, a meditação é algo inerente ao ser humano, mas precisa ser exercitada todos os dias. “A meditação é um estado natural da mente que todos nós possuímos. Acontece que ela mexe com nosso ego e, em geral, não ficamos muito animados com isso. Então existem diferentes técnicas que nos ajudam a superar essa dificuldade. Mas é bom lembrar que uma técnica não é melhor nem pior que a outra, apenas algumas se adaptam melhor a nós”, comenta.
Além disso, Ronaldo também destacou que, pelo menos no início, o ideal é que as pessoas tentem meditar em um local mais silencioso: “Acredito que as pessoas que ainda estão iniciando a meditação devam praticar diariamente, sentadas em um local tranquilo de casa. Com o tempo, todos podem e devem levar a meditação para outros lugares da rotina. Afinal, a meditação serve basicamente para isso: enfrentarmos as dificuldades naturais da vida, causando o menor transtorno possível a nós e às pessoas que nos cercam”, complementa o pesquisador.
2. Quais são os benefícios da meditação?
São muitos os benefícios que a meditação traz para o nosso dia a dia – a prática ajuda a desacelerar a mente, alivia o estresse, a ansiedade, melhora a circulação de sangue, a concentração e combate a insônia. Por isso, uma boa dica é tentar meditar ao menos alguns minutinhos por dia para aliviar a mente e ter um momento de autocuidado.
3. Pode praticar sozinho?
O lado bom da meditação é que ela pode, sim, ser praticada quando estamos sozinhos e em qualquer lugar – em casa, na rua, na cama, no chão, na cadeira e onde for. Ronaldo lembrou que é importante, inclusive, criar esse momento de autoconexão sem um grupo ao redor. “Não existe nenhum problema em meditar sozinho. Aliás, mesmo que você medite em grupos, é altamente recomendável que pratique também sem mais ninguém. O ideal é que a pessoa escolha um lugar tranquilo e sempre tire alguns minutos para meditar, mesmo que sejam apenas 10 ou 15. O mais importante é que seja constante”, afirma.
No entanto, é importante destacar que a meditação em grupo também é muito benéfica e, para algumas pessoas, acaba sendo o jeito mais fácil de praticar. “A meditação em grupo, orientada por algum instrutor ou mestre com mais experiência, pode ajudar a entender melhor o processo. Mas para quem não pode contar com essa orientação, existem livros e vídeos de bons mestres a disposição”, diz Ronaldo Pinheiro.
4. Existem diferentes tipos de meditação
Antes de começar a prática da meditação, também é válido saber que existem diferentes vertentes espalhadas por aí. A zazen, por exemplo, significa sentar-se (“za”), em um estado sutil e profundo (“zen”). Nessa linha da meditação, a ideia é que você deixe os pensamentos percorrerem a mente sem tentar controlá-los. Por isso, ela é uma das linhas mais difíceis – você também precisa sentar na postura correta (existem três formas possíveis) e com as mãos juntas na frente. Apesar de ser mais difícil de seguir, a meditação zazen garante uma paz de espírito enorme, além de trabalhar bastante a paciência.
Outra vertente que merece destaque é a meditação raja yoga, que se baseia muito em exercícios de respiração e mantras, trazendo uma aura de amor, purificação, perdão e outros pensamentos positivos. A transcendental, por sua vez, também é muito interessante, pois tem o objetivo de diminuir o agito mental e “silenciar a mente”. Isso é geralmente feito através de algum mantra (alguma frase ou termo com significado profundo). Você também pode optar pela meditação dinâmica, na qual o seu corpo se mantém em movimento, enquanto a mente fica sossegada.
Agora que você conhece um pouco mais sobre algumas das vertentes de meditação, fica mais fácil escolher uma que tenha mais a ver com o seu perfil. Você pode participar de algum grupo de encontro ou até mesmo buscar guias online desse exercício.
5. Para algumas pessoas, meditar pode trazer uma sensação de vazio existencial
Apesar de a meditação garantir, na maioria das vezes, uma maior paz de espírito e tranquilidade mental, pode ser que algumas pessoas não se deem bem com a prática. Existem relatos, por exemplo, de gente que passou pela experiência de “despersonalização”, que é quando a pessoa se enxerga distante de suas próprias ações, sentimentos ou tem a sensação de estar dentro de um sonho.
Cientistas e pesquisadores vêm destacando que práticas de mergulhos profundos na mente (e nos pensamentos), de fato, podem trazer à tona certas sensações de desconforto, confusão mental e até mesmo ataques de pânico. Por isso, o ideal é que você pratique a meditação de forma cuidadosa – sempre prestando atenção nos possíveis efeitos colaterais e em como os exercícios estão afetando a sua vida.
De modo geral, os praticantes de meditação costumam amar o exercício e só destilam elogios à prática. Mas vale lembrar que para tudo existe um equilíbrio! Por isso, a nossa dica final é que você siga experimentando a meditação aos poucos, dedicando realmente apenas alguns minutinhos diários para isso.