Memória gustativa: O que é? Descubra como os alimentos agem em nosso cérebro
Poucas coisas na vida aguçam tanto os nossos melhores sentimentos quanto uma boa comida! Seja daquele cheirinho que vem saindo da panela ou ao degustar um prato harmonioso, colorido, e com os ingredientes que mais amamos, a nostalgia culinária nos traz lembranças tão prazerosas que os sabores das receitas invadem nossos paladares antes mesmo de provarmos, não é? Pois bem, essa gostosa sensação tem nome e sobrenome: “Memória Gustativa”. Descubra como a alimentação age em nossos cérebros e nos levam a esses momentos de puro conforto e bem-estar.
Em linhas gerais, a memória gustativa é um sentimento saudosista de tudo que nos traz boas lembranças. Nos EUA, por exemplo, quando remetemos esses momentos à alimentação, chamamos de comfort food (comida afetiva, que nos abraça). Por isso, automaticamente, quando estamos diante de algum prato que nos leva às sensações prazerosas, seja da infância ou de outras épocas da vida, todos esse sabores ficam armazenados no cérebro, podendo vir à tona em qualquer momento que instigue essa recordação. A nutricionista Carolina Baliere, explica:
“A memória gustativa tem um poder involuntário que nos faz ter uma consciência de um sabor que remete ao passado. Por exemplo, você passa por um lugar, uma padaria, vê um frango e sente o seu aroma. Aquele momento remete alguma época que você frequentava a casa da sua avó e ela preparava um delicioso frango para você. O cheiro e a imagem ficaram na sua memória e te traz uma sensação de prazer e bem-estar”, analisa a profissional, reiterando:
“Nosso cérebro memoriza todos nossos sentidos sensitivos e, quando falamos de alimentos, podemos pensar também em recompensas, ou seja, quando estamos alegres queremos comer e quando estamos tristes também. A comida mexe com o nosso emocional e isso faz com que fique com maior facilidade na nossa memória, pois são atitudes que levam à nossa sobrevivência, facilitando o armazenamento em nosso cérebro”, completa a nutricionista.
A alimentação e o nosso cérebro: Penso, logo como!
No ato de ingerir algum alimento, quando comemos, as papilas gustativas presentes na língua enviam uma mensagem para o cérebro, identificando os sabores e promovendo a memória gustativa. Segundo estudos americanos publicados na revista Nature, o nosso cérebro possui neurônios para cada um dos cinco gostos que podemos sentir: salgado, amargo, ácido, doce e o chamado umami (gosto associado aos glutamatos, presente, por exemplo, em carnes e legumes).
Alimentos que estimulam as funções cognitivas
Os alimentos fontes de sais minerais, ômega 3 e vitaminas, além de aguçarem a nossa memória ainda ajudam nas funções cognitivas do cérebro (capacidade de concentração e raciocínio) que facilitam a comunicação dos neurônios. Dentre esses ingredientes, podemos destacar as frutas vermelhas (red berries), tais como morango, framboesa, amora e mirtilo, além de outros exemplos, como abacate, quinoa, linhaça, salmão e os chás (de preferência brancos e verdes).