Musicoterapia: Veja como a música melhora os nossos sentimentos
Você já pensou em usar a música para combater o estresse e melhorar os nossos sentimentos? A técnica que visa proporcionar dias mais leves, alegres e prevenir a depressão, é conhecida como musicoterapia vem se tornando cada vez mais comum e procurada pelos brasileiros. Conheça mais sobre a prática e saiba como utilizar a música em prol da sua saúde física e mental!
Segundo o musicoterapeuta José Henrique Nogueira, a terapia alternativa consiste na utilização da música e dos elementos (ritmo, melodia, harmonia e som) para estimular a comunicação e fortalecer as relações inter e intrapessoais, facilitando o aprendizado, encorajando a expressão e auxiliando na organização psíquica: “A musicoterapia visa objetivos terapêuticos importantes, a fim de atender às necessidades físicas, mentais, sociais e cognitivas nas mais diversas faixas etárias”, ressalta o profissional que esclarece mais algumas dúvidas sobre a musicoterapia. Confira:
– Como surgiu a musicoterapia?
“A utilização da música com finalidade terapêutica vem desde o início da história da humanidade e pode ser encontrada e verificada em registros de desenhos e pinturas de antigas civilizações, em magias e rituais de cura apresentadas por pesquisas arqueológicas, assim como em obras de filósofos e escritores da Antiguidade, da Idade Média, que relatam de maneira bem clara a importância e o poder da música na psique humana. Porém, a musicoterapia, como atividade regulamentada, como profissão, e com seus cursos de formação, começou a se organizar a partir de 1950 nos Estados Unidos, chegando ao Brasil vinte anos depois. Atualmente, é uma profissão muito procurada e prestigiada, existindo vários cursos de formação em todo o país”
– Quais são os benefícios?
“São vários os benefícios da musicoterapia. Mas entendo que as vantagens da utilização da música num encontro terapêutico dependem muito da sensibilidade do terapeuta e, principalmente, da relação criada com seu paciente. A musicoterapia atua e contribui de maneira bastante significativa em parceria com a fonoaudiologia, psicologia, psiquiatria, psicopedagogia, entre outras. Poderia citar como benefícios, entre os mais importantes:
– atuar no tratamento da depressão;
– criar e aperfeiçoar canais de comunicação;
– proporcionar alegrias e bem-estar;
– possibilitar integração social;
– estimular a coordenação motora”
– Quais são as técnicas da musicoterapia?
“A música é uma matéria volátil e dinâmica, passível de ser utilizada em diversos casos de formas e maneiras diferentes. Com ela, estamos atuando diretamente com a emoção, cada pessoa (com o mesmo diagnóstico clínico) que entra no espaço musical terapêutico, pode possibilitar a aplicação de vários procedimentos, abordagens e técnicas diferentes. Poderia citar, entre elas:
– Improvisação instrumental (melódica e/ou percussiva);
– Utilização da voz falada e cantada;
– Recriação de letras de música;
– Audição passiva e interativa (expressão corporal e dança);
– Mesa lira e tubos sonoros”
– Como a música age nos nossos sentimentos?
“A música acompanha lado a lado a caminhada da humanidade, desde sua mais remota origem, quando ela ainda era apenas a audição e, certamente, o encantamento originado pelos sons da natureza: o estrondo do trovão, o uivo do vento, o silêncio e os sons ameaçadores da noite. De certa forma, ainda nos mantemos emocionalmente ligados com esses sons até os dias de hoje. Agora cada vez menos “naturais” por causa do crescimento das áreas urbanas, os sons também trazem lembranças algumas das vezes tão importantes, que são utilizados, por fornecerem informações importantes para o sucesso de uma terapia.
Com a música, fica mais evidente ainda sua influência nas emoções. Trazem reminiscências de todos os tipos: tristes, melancólicas, angustiantes, saudosas, motivadoras e alegres. Todos esses sentimentos podem ser trabalhados e principalmente vividos. Cantando, tocando ou apenas ouvindo as canções. Conversando sobre elas, falando de sua importância nos momentos de sua vida. A alegria e o bem-estar proporcionados pela música são sentimentos muitos conhecidos por todos nós. Sem nos darmos conta, quase inconscientemente, nos pegamos cantarolando uma canção, batucando um ritmo, utilizando uma letra de música em nossa conversa. É isso: a música está diretamente ligada em nossa vida”
– Para quem a musicoterapia é indicada?
“A musicoterapia atualmente acolhe e ajuda um número cada vez maior de indicações em todas as faixas etárias. Na psiquiatria ou saúde mental, na reabilitação motora, nos mais diversos tipos de síndromes, a música há muitos anos vem contribuindo e proporcionando muitas aberturas e muitas alegrias. Pessoas com Alzheimer também se beneficiam muito com a musicoterapia. No autismo, nos transtornos de déficit de atenção e na hiperatividade, os resultados são maravilhosos. Cresce muito a procura pela musicoterapia também de jovens e adultos sem nenhuma indicação, digamos assim, médica, sem nenhum distúrbio aparente, que querem conhecer os benefícios da musicoterapia, para contrapor o estresse diário, por exemplo”
– Há alguma restrição na terapia?
“Há registros na literatura de casos muito raros de desencadeamento de um processo convulsivo a partir da audição musical. Mas, na maioria dos casos, as atividades musicais aplicadas por um musicoterapeuta não encontram restrições, elas são abrangentes e generosas, bem diferentes das utilizadas pela educação musical. No espectro de trabalho da musicoterapia, cabem todos os tipos de manifestações musicais. Ou seja, os desafinados nos interessam, os tímidos, os que se autointitulam “sem ritmo”, os silenciosos, assim como os virtuosos, os extrovertidos, enfim… A musicoterapia é um universo que vale a pena conhecer e usufruir de seus benefícios”, finaliza o profissional.
* Essas e outras questões sobre a musicoterapia, José Henrique Nogueira responde em seu site e sua página no Facebook