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Alimentação integral: Saiba como aproveitar o máximo de tudo aquilo que comemos
Guia Culinário 12/01/2016

Alimentação integral: Saiba como aproveitar o máximo de tudo aquilo que comemos

A alimentação é a base da vida e dela depende o estado de saúde do ser humano. Por isso, ela deve ser bem variada e rica em nutrientes (substâncias que regulam o organismo, fornecem energia para as atividades do dia a dia e auxiliam na formação do corpo), permitindo assim, o total equilíbrio do organismo. E, para alcançarmos uma alimentação saudável, podemos utilizar partes dos alimentos que normalmente são desprezadas, em uma atitude chamada “aproveitamento integral dos alimentos”.

Dentre os diferentes padrões de alimentação destacam-se as dietas não usuais, sendo as mais abordadas: naturalista, vegetariana, macrobiótica e a alimentação integral, que possui como princípio básico a diversidade de alimentos e a complementação de refeições, com o objetivo de reduzir custos, proporcionar preparo rápido e oferecer paladar regionalizado, como explica a nutricionista Sheila Basso:

“Desperdiçamos boa parte dos alimentos que poderiam ser aproveitadas para o preparo de muitas outras refeições. Este é um hábito tradicional da população brasileira, que normalmente, não utiliza partes não convencionais dos alimentos (assim, preconceituosamente classificada, afinal de contas são inerentes ao alimento), que podem ser aproveitadas para preparar pratos deliciosos, além de reduzir o lixo e o problema da fome no Brasil”, destacou a profissional.

Exemplos de partes não convencionais dos alimentos que devemos consumir

● Folhas de cenoura, beterraba, batata-doce, nabo, couve-flor, abóbora, mostarda, hortelã e rabanete;

● Cascas de batata inglesa, banana, tangerina, laranja, mamão, pepino, maçã, abacaxi, berinjela, beterraba, melão, maracujá, goiaba, manga, abóbora;

● Talos de couve-flor, brócolis e beterraba;

● Entrecascas de melancia e maracujá;

● Sementes de abóbora, melão e jaca;

● Nata;

● Pés e pescoço de galinha;

● Tutano de boi.

Segundo Sheila, ao não utilizar algumas destas partes dos alimentos, você está deixando de levar em conta o rico valor nutricional destes alimentos, ou seja, a quantidade de vitaminas, sais minerais e proteínas que estão concentradas nas cascas e folhas e, em alguns casos, até em quantidade maior que na parte costumeiramente utilizada.

Além disso, o aproveitamento integral dos alimentos significa economia, e possibilita também experimentar novas opções de receitas, ressaltando assim, outro fator importante: a variação do cardápio. “Isso porque um único alimento rende até cinco preparações diferentes, repleta de nutrientes e coloridas, quando utilizamos sua casca, folha, talos, semente e a própria polpa”, destacou a profissional.

Receitas para uma alimentação integral

ASSADA DE CASCAS DE CHUCHU

Ingredientes:

– 4 xícaras de chá de cascas de chuchu, bem lavadas, picadas e cozidas;
– 2 colheres de sopa de queijo ralado;
– 1 xícara de chá de pão amanhecido molhado na água ou no leite;
– 1 cebola pequena;
– 1 colher de sopa de óleo;
– 2 ovos inteiros batidos;
– Sal a gosto

Modo de Preparo:

Bater as cascas no liquidificador. Colocar a massa obtida em uma tigela e misturar o restante dos ingredientes. Untar um pirex ou uma forma com óleo ou margarina. Despejar a massa e levar para assar até que esteja dourada. Servir quente ou frio. Esta receita pode ser enriquecida, juntando à massa uma lata de sardinha desfiada.

Podem também ser utilizadas as cascas de outros ingredientes: cenoura, abóbora, rabanete, beterraba, nabo ou talos de agrião, couve, brócolis etc. Refogados ou cozidos.

DOCE DE CASCA DE ABÓBORA

Ingredientes:

– 1 kg de casca de abóbora bem lavadas;
– ½ kg de açúcar;
– ½ litro de água;
– Cravo e canela em pau.

Modo de Preparo:

Cozinhar as cascas de abóbora, escorrer e reservar a água. Bater no liquidificador. Fazer uma calda com a água, o açúcar, o cravo e a canela. Acrescentar a massa na calda e mexer, de vez em quando, com o fogo baixo, até soltar do fundo da panela. Caso não queira fazer este doce cremoso, em vez de passar no liquidificador, cozinhar primeiro as cascas e cortá-las em tirinhas.

*Sheila Basso (CRN 21.557) é especialista em nutrição clínica e em obesidade, emagrecimento e saúde pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).