Arteterapia: O poder da arte para a nossa melhor qualidade de vida
“A arte existe porque a vida não basta”. A frase do poeta maranhense Ferreira Gullar pode nos servir de inspiração para explicar o conceito da arteterapia. A técnica psiquiátrica que busca, através das mais diversas atividades artísticas desenvolver a sensação de bem-estar, instiga a liberação dos pensamentos, traumas, medos e alegrias, para mantermos o corpo e a mente mais leve, concentrada e saudável, ao explorar talentos que até então passavam despercebidos durante o estresse e a correria cotidiana.
Seja dançando, cantando, interpretando, pintando, escrevendo, entre outras atividades, a arteterapia foi iniciada – pelo médico alemão Johann Christian Reil, no início do século XIX – para a cura psiquiátrica, através do incentivo à criatividade com intuito de compreender e analisar as expressões de cada indivíduo. Ou seja, trata-se de um encontro com o inconsciente, uma ligação entre o interno e o externo, que consiste em fazer o “dom” artístico prevalecer sem preocupações com as aparências e voltado para a relevância da imaginação e dos sentimentos, como explica a psicóloga Roberta Costa:
“Através da arteterapia o paciente tem a oportunidade de entrar em contato e externalizar suas questões inconscientes, de forma lúdica. Com pintura, música ou encenações, o terapeuta consegue analisar os sentimentos e pensamentos e e assim encontrar formas de trabalhar suas questões. A arteterapia é uma forma relaxante e tranquila de trabalhar situações que muitas vezes são duras e difíceis de serem abordadas”, destacou a profissional.
Quais são as artes mais usadas pela arteterapia?
A arteterapia pode ser aplicada em diversos setores e ser feita por qualquer pessoa de qualquer idade. Atualmente, os modelos de arte mais usados para essa terapia são: pintura, música, teatro, dança, desenho, culinária e costura. Em empresas e instituições, por exemplo, é usada para diminuir o estresse do funcionário, desenvolver a criatividade e o potencial de cada indivíduo. Nas escolas, também incentiva a criação e a superação dos medos, da ansiedade e da autoestima.
Dança: Os mais variados estilos de dança podem fazer parte da arteterapia, desde que o analisado seja o criador e autor da sua própria coreografia. A dança auxilia na perda de peso, diminui estresse, além de melhorar a resistência, força e flexibilidade do corpo.
Música: Ativa o centro de prazer do cérebro, assim como uma barra de chocolate, liberando a dopamina, substância que gera a sensação de bem-estar. Ou seja, acalma, relaxa e estimula a memória.
Teatro: Promove a interação social, comunicação e flexibilidade na imaginação. A arte de interpretar é uma das formas mais expressivas, já que a criação de personagens pode dizer muito sobre o momento do paciente e os traumas vividos.
Pintura: Exige muita concentração, o pintor entra numa espécie de meditação em movimento, o que facilita a liberação dos conflitos internos. A pintura relaxa e apazigua.