Nômades digitais: conheça histórias de quem largou tudo para viajar o mundo
Quem é apaixonado por viagens, culturas e línguas diferentes, não pode deixar de conhecer o nomadismo digital – um estilo de vida mais dinâmico que concilia trabalho e viagem. A proposta é bem simples: a pessoa só precisa de um notebook (e de internet) para trabalhar no dia a dia. Ou seja, ela pode ficar em qualquer canto do mundo, atuando como freelancer ou trabalhando em uma empresa de forma remota. Para entender melhor esse estilo de vida, nós conversamos com o Renato e com o Matheus, dois nômades digitais que vivem viajando pelo mundo. Dá uma conferida!
Renato sempre foi apaixonado por viajar e se realizou como nômade digital
Sentir-se realizado com a vida que leva (e a profissão que tem) é um dos principais segredos para a felicidade. O nômade digital Renato França, de 27 anos, entende muito bem isso e leva uma vida mais leve, conhecendo lugares ao redor do mundo: “Poder compartilhar experiência e conhecimentos com pessoas de diferentes culturas, crenças e pensamentos é muito enriquecedor e faz nossa consciência se expandir em uma velocidade incrível. O aprendizado é diário. Qualquer pessoa ou lugar do mundo tem algo para ensinar. Só basta você estar aberto para receber. Acho isso incrível!”, conta Renato.
Mas além de toda bagagem de aventuras e aprendizados, essa também é uma oportunidade de conhecer pessoas de diferentes lugares. Foi em um voo com destino a Madrid, por exemplo, que Renato conheceu seu namorado Michael. Juntos, os dois criaram o Planet Nomad – blog que conta mais sobre a vida e o dia a dia de um nômade digital. “Mais que um coworking, é um espaço que incentiva a criatividade e o compartilhamento de conhecimento e experiências, voltado para nômades digitais“, explica Renato, acerca do projeto Planet Nomad.
Quando se é nômade digital, dá para administrar melhor o seu tempo de trabalho
Uma das melhores coisas de levar uma vida como nômade digital é, justamente, a possibilidade de montar um horário mais flexível, aproveitando seus momentos de maior produtividade: “É muito bom poder ter a liberdade de aproveitar sua hora mais produtiva do dia e poder colocar cada atividade no momento que você pode tirar maior proveito dela. Tem dias que você está mais inspirado para criar, mas em outros, nem tanto. O mesmo acontece em determinados períodos de um mesmo dia. Poder equilibrar isso é ótimo!”, afirma Renato.
Renato também destacou que, ao levar esse estilo de vida mais leve, fica mais fácil de administrar o tempo e encontrar espaço na rotina para praticar o autocuidado: “Não ter que pegar engarrafamento e transportes lotados. Antes, eu perdia quatro horas do meu dia dentro de algum transporte. Hoje, com essas quatro horas a mais no meu dia, aprendi novos idiomas e tenho um pouco mais de tempo para me dedicar a atividades físicas e à meditação. Consigo cuidar mais de mim e isso me ajuda e ter mais produtividade no trabalho”, complementa.
Ao contrário do que muita gente pensa, quando se é nômade digital, não é necessário mudar com tanta frequência. O mais gostoso, inclusive, é que você mesmo pode montar o próprio calendário e definir quanto tempo deseja ficar em cada lugar. Tem gente que muda toda semana, mas também existe a opção de ficar meses e até mesmo anos (por que não?) em um mesmo lugar.
“Normalmente quando eu sinto que estou chegando na minha zona de conforto, eu tenho vontade de mudar. Não existe um tempo determinado, até porque meu estilo de viagem é lento. Posso ficar um mês, como posso ficar 10 meses. Quando tenho vontade de sentir novos ares, novas energias e preciso de algo mais concreto (como sol, praia ou cidade) eu acabo mudando”, afirma Renato.
A vida de nômade digital também tem suas dificuldades
Mas apesar de haver essa liberdade de escolha – fora toda a riqueza de culturas e experiências que esse estilo de vida propicia -, nem tudo são flores na rotina de um nômade digital. O Renato também comentou que já passou por muitos perrengues e que, em alguns momentos, acaba sendo mais difícil estar longe da família e dos amigos: “A dificuldade, que eu acredito que seja a mais difícil de enfrentar, é quando algo vai errado com sua saúde (seja uma doença ou acidente). Nessa hora, estar longe da família e dos amigos pesa bastante. Especialmente se você estiver sozinho“, conta.
Matheus valoriza a liberdade e a simplicidade da vida nômade
O nômade digital Matheus Alves, de 29 anos, também aprecia esse estilo de vida com maior liberdade e incertezas sobre o futuro: “Eu já morava fora do Brasil há alguns anos e resolvi virar nômade digital para não ter que ficar em um só lugar, nem depender de uma empresa para ter renda e visto. Foi aí que resolvi estudar programação para começar a trabalhar como freela. O que eu mais gosto nessa vida, inclusive, é a liberdade de não ter uma casa e o fato de todos os meus pertences caberem em uma mochila”, conta Matheus.
Só que, apesar de todos os lados bons do estilo de vida nômade, nem tudo é simples como parece – de acordo com o Matheus, uma das maiores dificuldades é ter que se adaptar aos diferentes lugares. “São muitas as dificuldades, desde sempre ter que recomeçar do zero a se adaptar e fazer amigos em cada lugar que eu vou, até ficar sem hotel para dormir ou entrar em roubadas… Coisas que sempre acontecem em viagens”, diz.
Assim como o Renato, que não gosta de definir o tempo exato que vai ficar em cada lugar, Matheus também gosta de planejar as coisas aos poucos: “Normalmente, eu planejo alguns dias de cada vez e, se não estou aproveitando muito o lugar e já conheci o que eu queria, passo logo para outro. Em alguns, fico apenas dias e, em outros, acabo ficando meses. Eu cheguei a pensar em ficar para sempre na China, mas isso foi antes de virar nômade digital, quando eu trabalhava por lá de forma fixa”, finaliza o nômade digital.