Colesterol alto infantil: quais os sintomas e como tratar o problema
O colesterol alto é um problema em muitos adultos, principalmente entre os que não mantêm uma alimentação saudável. Mas algo que vem aumentando cada vez mais é o colesterol infantil, um problema sério que pode prejudicar a saúde de muitos pequenos. Para falar sobre esse assunto tão importante e como resolvê-lo, convidamos a nutricionista Natália Vignoli e a pediatra Caroline Oliveira para conversar sobre como reconhecer os sintomas e tratar a doença.
Sintomas silenciosos, problemas gritantes
Segundo a Caroline Oliveira, o colesterol alto não apresenta sintomas. “Contudo, pode ocorrer depósito de gordura na pele, causando o que chamamos de xantelasma. Porém isso é, sobretudo, mais comum em adultos”. Além disso, outros problemas podem surgir mais cedo do que se imagina. “O colesterol alto na infância contribui para o aparecimento de doenças cardiovasculares (infartos/AVC) antes dos 50 anos. Em sua forma rara, indivíduos não controlados, desenvolvem doenças associadas ao aumento do colesterol antes mesmo dos 20 anos”, conta a médica.
Alimentação deve ser saudável, mas sem exageros
A nutricionista Natália Vignoli afirma que o colesterol alto é um problema associado à má alimentação, mas a obsessão pela saúde pode ter efeito contrário. “Essa preocupação excessiva com peso e alimentação saudável traz efeitos contrários às crianças, como maior ingestão de fast food, pior relação com o corpo e imagem corporal, prática de dieta, compulsão alimentar e manejos de controle de peso, coisas que crianças não deveriam se preocupar”. Além disso, toda a família pode ser responsável, como ressalta Caroline.
Reeducação alimentar e atividade física amenizam o problema
A criança com colesterol infantil deve mudar a alimentação e, principalmente, o estilo de vida, segundo a pediatra. “Todos os indivíduos diagnosticados devem fazer restrição na ingestão de gordura, aumentar o consumo de fibras e realizar atividade física. Em casos específicos, o pediatra pode iniciar a medicação, mas a mudança do estilo de vida é o fator mais importante no combate ao colesterol alto”.
Mudança deve ser familiar e sem excessos
De acordo com a nutricionista, os hábitos devem mudar como um todo, mas sem fixação. “Para tratar a família precisa rever seus hábitos alimentares e procurar ter uma relação saudável com a comida. Sem neuroses!”. Natália diz também que é perfeitamente possível manter uma relação saudável com a comida, de forma natural e eficaz. “Ter uma postura neutra diante da comida, com alimentos minimamente processados, comida caseira e fazer refeições em família são ótimas dicas. Criança não faz dieta! Melhoramos a qualidade da alimentação e incluímos atividade física“.
Alimentos como abacate e azeite diminuem o colesterol
Muitos alimentos podem ajudar especificamente a aumentar o colesterol bom (HDL) e diminuir o ruim (LDL). Alimentos ricos em fibras, como linhaça e chia, além de frutas como o abacate e as oleaginosas (castanhas, nozes e amêndoas) podem contribuir. Peixes como atum e salmão e azeite de oliva, ricos em ômega 3, também ajudam a controlar os níveis de colesterol. Não esqueça de ingerir sempre muitas frutas, legumes e vegetais.
* Natália Guimarães Vignoli (CRN 3 34086) é nutricionista funcional e comportamental formada pelo Instituto de Metabolismo e Nutrição – IMEN e possui especialização em nutrição materna e infantil