Dieta paleolítica: Alimentação à base de proteínas, verduras e legumes
Hábitos alimentares são culturais e tendem a mudar com o passar do tempo. É bem verdade que uma rotina agitada, sem o devido descanso, propicia o consumo de alimentos industrializados. Mas uma dieta que preza a alimentação dos nossos ancestrais vem ganhando espaço na mesa de muitos brasileiros. Apresentada pela primeira vez ao público em 1985, pela revista científica The New England Journal of Medicine, a dieta paleolítica é defendida por especialistas como solução para um grande problema da atualidade: a obesidade.
“Nessa dieta a ideia é que nos comportemos e comamos como um predador e não como a presa”, explica a nutricionista Adriana Lúcia van-Erven Ávila. “A pessoa precisa ingerir uma alimentação que a “sustente” até a próxima refeição, mas sem ficar cansada ou sonolenta, pelo contrário terá mais vitalidade durante o dia“. É com esse princípio que a dieta dos nossos ancestrais foi montada. O primeiro alimento, e talvez o mais importante, é a carne, principalmente a vermelha. Fonte de proteína, e de calorias, a carne deve ser de preferência do gado que se alimentou no pasto e não com ração à base de milho ou soja.”A gordura da carne vermelha não deverá ser eliminada, segundo essa dieta”, conta a especialista em nutrição.
Alimentos como ovo são importantes nesse método, e sem precisar eliminar a gema ou a clara, peixes gordos (sardinha, salmão, cavala) estão liberados dentro da dieta. “É importante comer pouco atum e o cação devido ao mercúrio”, esclarece Adriana. O frango e a carne de porco também são permitidos, mas devem ser consumidos com moderação. As verduras, os legumes e as frutas também são parte essencial dessa dieta.
As restrições da dieta paleolítica
Tudo que for feito com farinha, ou seja, pão, macarrão, bolo, barra de cereais, granola, aveia, trio, biscoitos, ceiteio etc. estão completamente vetados. As leguminosas como feijão, soja e lentilha também são proibidos. “São feitos de sementes ou são sementes, e quem consome semente são os pássaros e os roedores (presas) e não os predadores”, ressalta a nutricionista.
“Para cozinhar os alimentos use somente manteiga ou óleo de coco e nunca os óleos (milho, soja, girassol, canola, linhaça) e as maioneses estão proibidas. O azeite de oliva, o abacate e as nozes poderão ser usados nessa dieta. A nata do leite, creme de leite sem ser light, iogurte natural integral e chantilly poderão ser usados no preparo de molhos, temperos e sobremesas, desde que com moderação”, conta a nutricionista.
Para os carboidratos, procure consumir batatas, principalmente a doce, cenoura, inhame, tapioca, mandioca ou cará. Os açúcares em geral, néctar de agave, mel de abelha e os adoçantes em geral também deverão ser excluídos da dieta.
Para as bebidas, também há muitas restrições. Refrigerante, seja ele normal ou de baixa caloria, leite, bebidas isotônicas, sucos, iogurtes estão fora da dieta. A água está liberada e café e chá – incluindo até o mate – podem ser tomados com moderação.
Um lado positivo nessa dieta é que não há contagem de calorias, pontos, porções, não precisa medir ou controlar nada do que possa consumir. “Para as pessoas que seguem essa dieta recomenda-se a suplementação de vitamina D e de ômega 3: EPA + DHA” indica a nutricionista, que complementa: “não compartilho da prática dessa dieta, pois a vejo na contramão do que a ciência da nutrição e os pesquisadores vem nos mostrando”.