Emagrecer comendo gordura é possível! Entenda como funciona essa dieta
Quando se fala em perder peso, cortar os alimentos ricos em gordura costuma ser um dos primeiros cuidados de quem vai começar a apostar em um cardápio mais equilibrado e saudável. No entanto, você sabia que é possível aproveitar esse mesmo componente para emagrecer? Esse método inusitado é aplicado, inclusive, em dietas muito faladas no momento – como a low carb. Entenda como é possível perder algumas medidas usando a gordura a seu favor:
‘Dieta da gordura’ é justificada pela ação do componente na insulina
Emagrecer comendo gordura parece uma ideia inusitada, mas essa é justamente a proposta do método criado pela nutricionista e personal trainer Zana Morris – que até lançou o livro “The High Fat Diet” em 2015 (“Dieta da Gordura” em tradução livre) para explicar o assunto. Mas, se você ainda não tinha ouvido falar em nada disso, provavelmente está se perguntando: como será possível usar esse componente, que é sempre visto como o grande vilão das dietas, para perder peso?
A justificativa está na ação da gordura na insulina – o hormônio responsável por mandar a glicose para dentro da célula. O que acontece é o seguinte: como ele é liberado durante a alimentação, o tipo de comida ingerido influencia diretamente no seu nível no sangue. Carboidratos e açúcares em excesso, por exemplo, causam um considerável aumento, enquanto as proteínas sobem os níveis de maneira mais leve. Já a gordura, por sua vez, pode funcionar como uma aliada por não causar nenhum tipo de alteração na insulina – o que faz com que a glicose não seja transformada em energia. Com isso, ela precisa ser retirada de outros lugares, como dos lipídios, o que contribui para a queima de gordura.
Dieta low carb também eleva o consumo de gordura além de diminuir os carboidratos
Uma das dietas mais faladas do momento, a low carb, também aproveita os benefícios de aumentar a quantidade de gordura para que haja diminuição de peso. O conceito é exatamente o de reduzir o nível de glicose consumindo menos carboidrato e mais gordura para que o corpo gaste o que está acumulado e, assim, perca medidas. Alguns exemplos de alimentos low carb são ovos, couve, cebola e cogumelos.
“Em condições normais, o sistema nervoso depende de glicose como fonte de energia”, explica a nutricionista Sheila Basso. “No caso dessa dieta, a glicose não está tão disponível pelo fato de ser ingerido pouco carboidrato. Portanto, na falta dela, o cérebro utiliza os corpos cetônicos, provenientes da degradação dos ácidos graxos (como ômega 3 e 6)”.
Para atingir esse objetivo, cada substância dessa dieta aparece com uma porcentagem específica, como aponta a nutricionista. “Há uma elevada quantidade de gordura (80%), pouca quantidade de carboidrato (5%) e ingestão de proteína de até 1g/kg por peso corpóreo (15%), para preservar o crescimento e a incorporação de massa muscular”, diz. É bom lembrar que lipídio (gordura), proteína e carboidrato são as três fontes de energia utilizadas no processo metabólico.
Quer seguir essa dieta? Acompanhamento com nutricionista é indispensável
Mesmo com uma média do quanto deve ser consumido de gordura, carboidrato e proteína, quem quer apostar nesse tipo de dieta precisa do acompanhamento de um nutricionista para que ele indique o cardápio ideal para cada caso. De acordo com Sheila Basso, além do consumo de produtos ricos em gordura e pobre em carboidratos, também é importante adicionar alguns nutrientes por se tratar de uma dieta desequilibrada nutricionalmente.
“Os pacientes também devem receber as doses diárias recomendadas de vitaminas e minerais (em formulações sem açúcar), bem como a suplementação de cálcio. As quantidades exatas dos alimentos para o plano alimentar devem ser calculadas com base em dados individuais de cada um”, afirma.
*Sheila Basso (CRN 21.557) é nutricionista com especialização em Obesidade, Emagrecimento e Saúde pela pela Universidade Federal de São Paulo e é responsável pelo blog Benvenutri.