O que é nutrição enteral e em que casos ela é indicada

Em algumas situações (quando a pessoa está em fase pós-cirúrgica ou se recuperando de problemas relacionados ao aparelho gastrointestinal, por exemplo), é possível que seja necessário administrar uma dieta específica. A nutrição enteral, para quem não conhece, serve justamente para auxiliar na alimentação de quem não consegue comer por conta própria – mesmo que de forma temporária. Para compreender melhor o assunto, nós conversamos com a nutricionista Carine Rodrigues, que faz pós-graduação em Terapia Nutricional pela GANEP, onde estuda nutrição enteral e parenteral. Ela falou mais sobre como funciona essa forma de alimentação, confira!

Afinal, o que é nutrição enteral e para que ela serve?

De acordo com a nutricionista Carine Rodrigues, a nutrição enteral consiste basicamente em um tipo de tratamento indicado para administrar os nutrientes essenciais para a saúde de um indivíduo. Vale destacar que ela é feita apenas em casos necessários (quando a pessoa não consegue se alimentar por via oral ou necessita de suplemento). Além ser manejada no ambiente hospitalar, a dieta também pode ser oferecida em casa para trazer mais conforto ao paciente – mas desde que o local disponha dos aparelhos e cuidados que o tratamento demanda.

“A nutrição enteral é uma via terapêutica alternativa para alimentar pessoas que não podem e/ou não conseguem se alimentar pela boca em quantidade suficiente para manter a saúde. A administração da dieta é feita através de uma sonda, que pode ser introduzida pelo nariz e posicionada no estômago (sonda nasogástrica) ou no intestino delgado (a sonda nasoentérica). Também pode ser acoplada direto no abdômen com uma punção ou pequeno corte e direcionada ao estômago (gastrostomia) ou ao intestino (jejunostomia)”, explica Carine.

Dieta enteral é feita com alimentos líquidos

O grande diferencial da dieta enteral está justamente na forma em que a comida é oferecida – afinal, ela será encaminhada diretamente para o intestino ou estômago do indivíduo, sem passar pelas etapas de mastigação e deglutição. “A dieta ofertada pode ser industrializada, que já são prontas para uso, ou artesanal, que são preparadas manualmente pelo próprio paciente ou cuidador por meio da liquidificação de alimentos. Estas dietas são definidas de acordo com as necessidades nutricionais e patologias apresentadas por cada indivíduo”, afirma a nutricionista.

Nutrição enteral e parenteral são a mesma coisa?

Além da nutrição enteral – na qual o alimento é encaminhado por uma sonda para o intestino ou estômago – existe também a nutrição parenteral, que deve ser realizada em situações ainda mais extremas, quando o intestino do indivíduo não estiver funcionando bem. Nesse caso, a dieta é administrada por um cateter colocado diretamente na veia (ou seja, os nutrientes são infundidos diretamente na corrente sanguínea).