O que são agrotóxicos? Entenda como eles agem no organismo e por que evitá-los
Você já deve ter ouvido falar nos agrotóxicos, produtos químicos usados em plantações, que servem para proteger os alimentos contras insetos, doenças e pragas nocivas ao cultivo. Só que esses inseticidas, além de contaminarem o solo, também podem agir de forma negativa no nosso organismo, causando possíveis intoxicações. Por isso, muita gente vem optando por dietas exclusivas com alimentos orgânicos – que estão livres de fertilizantes e outros produtos tóxicos. Para saber mais sobre os agrotóxicos e seus efeitos, a gente conversou com a nutróloga Fernanda Borges, que esclareceu muitos pontos importantes. Dá uma conferida!
Agrotóxicos estão em segundo lugar entre os maiores causadores de intoxicação no Brasil
De acordo com o Ministério da Saúde, os agrotóxicos estão em segundo lugar no quesito “maiores causadores de intoxicação no Brasil”. Ou seja, esses produtos químicos podem funcionar como veneno quando ingeridos em grande quantidade. Para quem trabalha em contato direto com agrotóxicos (agricultores e trabalhadores de áreas rurais), em especial, o risco é ainda maior, pois são maiores as chances de contaminação pela respiração e pelo contato com a pele.
Na verdade, não existem ainda muitos estudos consistentes sobre a influência a longo prazo dos agrotóxicos no organismo dos seres humanos. Mesmo assim, já é possível relacionar esses produtos a alguns problemas de saúde: mutações de células do corpo, mudanças no sistema nervoso central e outras alterações. “Doença de Alzheimer, partos prematuros, malformações congênitas e até sintomas mais simples e inespecíficos como boca seca, dor de cabeça e alergias respiratórias” acrescenta dra. Fernanda.
Esses produtos também impactam no ecossistema
Além de serem nocivos para o corpo humano, os agrotóxicos também impactam de forma negativa no meio ambiente, contaminando o solo – e, dessa forma, os lençóis freáticos – e até animais que entram em contato com os produtos. “Ocorrem prejuízos na água, no solo e consequentemente alterações nos insetos e nos peixes. De forma geral, eles (agrotóxicos) causam um importante desequilíbrio no ecossistema e, consequentemente, na vida animal e humana”.
Devido ao uso excessivo de agrotóxicos, a nossa alimentação também fica comprometida: quando ingerimos alimentos (frutas, verduras e vegetais, por exemplo) tratados com inseticidas, também estamos, de certa forma, ingerindo uma espécie de veneno que fica armazenado no nosso organismo. “A aplicação de agrotóxicos pode interferir negativamente na produção de alimentos. Em alguns casos, pode haver diminuição da produtividade além da presença de elevadas concentrações de agentes tóxicos em frutas, como nas laranjas, mamões, maçãs e morangos”, completa dra. Fernanda.
Alimentos orgânicos são alternativas para esse problema
Para quem quer fugir dos agrotóxicos, a principal dica é recorrer aos alimentos orgânicos: cultivados de forma sustentável (sem agredir o ecossistema) e livres de quaisquer agentes químicos. Além disso, os alimentos orgânicos são geralmente produzidos por pequenos agricultores – o que é mais um incentivo para você passar a consumir esses produtos, já que além de ingerir alimentos mais saudáveis e zero tóxicos, você também vai estar contribuindo para o subsídio de pequenos produtores rurais. Então, que tal fazer uma reeducação alimentar excluindo produtos com agrotóxicos?
A nutróloga Fernanda Borges também destacou que, para substituir os agrotóxicos nas plantações, o ideal era que os produtores buscassem alternativas mais naturais: “O recomendado é o manejo integrado de diversas culturas, respeitando o tempo natural de cada elemento e, até mesmo, o uso de agentes naturais de combate a ervas daninhas e outras pragas, como insetos e ácaros próprios. Quando se planeja um cultivo mais semelhante ao que ocorre na natureza (diversos elementos ao mesmo tempo), menos pragas e ervas daninhas aparecerão e, naturalmente, a plantação fica protegida”.
* Fernanda Borges (CRM 5201062409) é formada em Medicina pela UNIRIO e tem pós-graduação em Nutrologia e Terapia Intensiva pela AMIB (Associação de Medicina Intensiva Brasileira)