Alergia ou intolerância alimentar? Existem diferenças? Saiba mais!
Você sabia que há diferenças entre intolerância alimentar e alergia? Apesar de serem muitas vezes colocadas como sinônimos para explicar “reações estranhas” no corpo quando comemos algo que nosso organismo não “aceita” bem e, os primeiros sintomas serem, em grande parte, parecidos, as causas e a duração de cada uma são muito diferentes. Conheça mais sobre essas condições, suas divergências e como a alimentação orientada pode solucionar o problema sem prejudicar a nutrição!
Para entender a diferença entre os dois quadros é preciso conhecer o que de fato acontece com o nosso corpo em cada situação e suas distintas reações. Segundo a nutricionista Caroline Codonho, as alergias alimentares ocorrem via ativação do sistema imunológico (de defesa do organismo), podendo apresentar manifestações em diversos sistemas do corpo. “Em geral, elas estão relacionadas às proteínas alimentares e o organismo as identifica como corpos estranhos. Os mecanismos de hipersensibilidade são diversos e, com isso, as reações podem ser mais brandas ou mais graves, assim como passíveis de reversão ou não”, explica a especialista.
Já a intolerância alimentar é mais branda, porém não é reversível. Ela é causada por uma incapacidade do nosso corpo de digerir um determinado carboidrato, por falta de uma enzima que facilite esse processo. Diferente da alergia, a intolerância só leva a sintomas gastrointestinais, como gases, distensão abdominal e a diarreia. Por isso, quem tem intolerância pode consumir, em pequenas quantidades, alimentos que possuam o carboidrato que o corpo não processa.
Leite: Fator de alergia ou intolerância alimentar? Como proceder?
Um alimento muito estudado e visto na prática de atendimento nutricional, tanto com relação à alergia alimentar quanto à intolerância, é o leite e seus derivados. De acordo com Codonho, para pessoas alérgicas a proteína do leite não adianta consumirem a versão sem lactose, pois apenas o açúcar do leite (a lactose) é retirado, mas as proteínas continuam na composição.
“Uma das alergias alimentares mais estudadas é relacionada ao leite, principalmente por ser o primeiro alimento que recebemos ao nascer. Nesse caso, segundo a Sociedade Brasileira de Nutrição Enteral e Parenteral ela é reversível em 85% dos casos, apenas com a exclusão e com o amadurecimento do sistema imune”, revela a especialista. No caso da intolerância ligada ao leite, a reação à lactose, açúcar do alimento, será para a vida toda, mas não impede que esse carboidrato seja consumido em quantidades pequenas.
Para a nutricionista, tanto para as alergias alimentares quanto para as intolerâncias a principal conduta é a retirada do alimento relacionado com o processo. E, para fazê-lo é necessário ter orientação profissional adequada para que não aconteçam quadros de desnutrição ou anemia. “Nas alergias alimentares o seu processo de avaliação é realizado através de exames sanguíneos para analisar se os marcadores estão diminuindo. Já para as intolerâncias as avaliações podem ser tanto por sintomas quanto por exames bioquímicos, para alguns alimentos”, finaliza.