Fase de desmame: Nova técnica ajuda no processo de alimentação sólida aos bebês
A iniciação da fase de alimentação sólida dos bebês, quando eles começam a precisar de outros nutrientes que o leite materno não oferece, é uma sequência natural da vida, mas que sempre requer uma atenção extra dos pais: o que dar? Como dar? Diversos meios são utilizadas para essa introdução, e novas opções surgem para que esse processo seja facilitado. Um desse novos métodos é o “Baby Led Waening” (BLW) – onde o bebê ganha maior autonomia durante as refeições – surge como boa alternativa para variações de ingredientes e mistura de sabores!
Idealizado pela consultora de saúde britânica, Gill Rapley, autora do livro “Baby-led Weaning: Helping Your Baby To Love Good Food (“Baby-led Weaning: Ajudando seu bebê a amar boa comida”, em português), o termo – que tem conquistado cada vez mais adeptos na Europa, EUA e agora no Brasil – refere-se a um processo natural de alimentação onde são introduzidos os alimentos sólidos diferentes das papinhas tradicionais, guiadas pelas vontades do próprio bebê.
Sem o uso de talheres, a proposta do método é que o bebê comece a fazer suas refeições junto à família. A comida é oferecida picada, em formas e tamanhos que eles sejam capazes de segurá-la com as mãos e levá-la à boca sem dificuldades e riscos de engasgos. Assim, a criança vai comer o que preferir e na velocidade que quiser, incentivando suas iniciativas.
Quais alimentos devemos incorporar na fase de alimentação sólida?
De acordo com um estudo conduzido por uma equipe da Universidade de Nottingham, na Inglaterra, bebês que tiveram a introdução dos sólidos baseadas na “BLW” são mais propensos a comer de forma saudável e a ter um bom IMC (índice de massa corporal) na vida adulta. De acordo com a nutricionista Sheila Basso, a partir dos seis meses de vida, a maioria dos bebês atingem o estágio de desenvolvimento geral e neurológico (mastigação, deglutição, digestão e excreção), que as habilitam a receber outros alimentos além do leite materno:
“Ao completar 6 meses, os pais podem dar alimentos complementares. Devemos oferecer alimentos ricos em ferro (carnes vermelhas, grãos, vegetais verde escuros), cálcio (leite e derivados, sardinha, salmão), vitamina A (cenoura, gema de ovo, leite integral) e zinco (carnes, oleaginosas e farelo de aveia), nutrientes essenciais para qualquer pessoa”, enfatizou a profissional, reteirando a importância da criança espelhar-se na boa alimentação da família:
“Alimentos saudáveis que são mais comuns à região e ao hábito alimentar da família, contribuem com o fornecimento de energia, proteína e micronutrientes, além de preparar a criança para a formação dos hábitos alimentares saudáveis no futuro”, finalizou.
*Sheila Basso (CRN 21.557) é especialista em nutrição clínica e em obesidade, emagrecimento e saúde pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).