Os alimentos que causam cólica no bebê e que mães deveriam evitar
Por possuírem o sistema digestivo ainda em formação, os bebês podem reagir aos alimentos de formas diferentes, principalmente na fase de introdução alimentar. E embora não haja nenhum estudo científico que comprove quais alimentos causam cólica no bebê, nós conversamos sobre o assunto com a nutricionista Natália Vignoli, que é especialista em Nutrição Materna e Infantil. Ela esclareceu as principais dúvidas e separou algumas dicas importantes que valem a pena serem adotadas. Dá uma olhada!
‘O que eu gosto de falar para as mães é que elas façam uma espécie de diário alimentar, anotando o que elas comeram e os sintomas gerados no bebê’
Sabe aquela ideia de que mesmo após o parto, as mamães também precisa tomar alguns cuidados com a rotina alimentar? Então, esse é um dos fatores que justifica o aparecimento de cólicas no bebê.
De acordo com Natália, não há nenhum alimento específico que influencie diretamente no desenvolvimento de cólicas no bebê. Este é um processo individual que pode ser provocado por diferentes motivos e que muda de organismo para o organismo, sendo transmitido principalmente pela amamentação. Por isso, é muito importante manter uma rotina alimentar saudável.
A principal dica, na verdade, é fazer um diário alimentar. “O que eu gosto de falar para as mães é para que elas façam uma espécie de diário alimentar, anotando o que elas comeram e os sintomas gerados no bebê, cruzando as informações para ver se tem algum grupo que o bebê manifeste mais alergia ou algum alimento específico”, afirma.
Leite não materno pode ser um dos fatores responsáveis pela cólica no bebê
Durante os primeiros seis meses de vida do bebê, os pediatras costumam instruir as mamães de primeira viagem que o leite materno deve ser a única fonte alimentícia fornecida por elas. No entanto, algumas mães não dispõem de leite suficiente por todo esse tempo e, muitas vezes, precisam recorrer a fontes alternativas.
Segundo a nutricionista, “quando a gente fala, por exemplo, de leite não materno – e nós estamos falando de um bebê em período de aleitamento -, é importante especificar que quando ele não está em aleitamento materno exclusivo ele provavelmente está com uma fórmula indicada pelo pediatra que pode acabar desenvolvendo reações no organismo”, afirma.
Ela complementa explicando também que alguns bebês já possuem alergia à proteína do leite e que isso acaba sendo confirmado quando o leite não materno é introduzido na alimentação. “Nós também precisamos ter cuidado porque às vezes temos um bebê que tem alergia à proteína do leite de vaca, e essa cólica pode vir como uma das manifestações da alergia. E assim você descobre que não é só excluir um alimento, são vários alimentos derivados do leite“.
Feijão, ervilha e outras leguminosas também podem causar a cólica no bebê
É possível que você já tenha ouvido falar que o feijão causa gases se for consumido de maneira exagerada. Mas quando nós estamos falando de um sistema digestivo ainda em formação, a maioria das leguminosas, como lentilhas, ervilhas e feijões, são alimentos de difícil absorção que podem ser fermentados no intestino e causar cólicas nos bebês.
“Grãos como feijão, grão-de-bico, lentilha e soja costumam dar mais gases por conta do fitato, um componente comum em todos esses alimentos e que é conhecido como um componente antinutricional (ou antinutriente). Nesse caso, uma das maneiras de reduzir a formação de gases é fazendo o remolho neste grão. A gente deixa ele de molho em água, de um dia para o outro, depois a gente descarta essa água e cozinha, melhorando a digestibilidade do grão”, explica Natália.
Cólicas no bebê também podem surgir devido a alimentos como os vegetais crucíferos
Apesar de serem recomendados como alimentos ricos em antioxidantes, vitaminas, minerais e muitas fibras, os vegetais crucíferos – normalmente de coloração verde-escura – como brócolis, couve e rúcula – também podem passar suas características para o leite materno e favorecer as cólicas.
No caso desses alimentos, o problema está na grande quantidade de enxofre (outro componente antinutricional para os bebês se for consumido em demasia), no excesso de fibras e na combinação do prato (misturando muitos desses elementos).
A nutricionista explica que muitas vezes “a gente tem essa preocupação de colocar fibras na dieta – aumentando a ingestão de folhas e grãos integrais, por exemplo – que também pode atrapalhar e gerar gases, devido à maturação do intestino do bebê”.