Alergia à fruta? Entenda a frutosemia e saiba lidar com a intolerância à frutose

Existe alguém que não pode comer frutas? Por incrível que pareça, sim. Apesar de ser um dos alimentos mais saborosos, saudáveis e nutritivos de todos, a frutose, “conhecida como o açúcar natural da fruta”, encontrada em grande concentração na composição desses alimentos, pode causar alergias em pessoas intolerantes à substância. Entenda mais sobre essa reação, denominada “frutosemia”, e como podemos lidar com esse problema de forma positiva e benéfica para a saúde.

Embora não seja muito comum entre as pessoas, a frutosemia é uma doença hereditária, ou seja, passa de uma geração familiar à outra, e se manifesta logo nos primeiros anos de vida. Essa intolerância acontece pela deficiência de uma enzima no fígado, a aldolase B, responsável por metabolizar a frutose no organismo. Segundo a nutricionista Sheila Basso, os portadores da “IHF” (Intolerância Hereditária à Frutose) não podem consumir alimentos que contenham frutose, sacarose e sorbitol.

“A orientação para os pacientes com intolerância à frutose, é focar na exclusão de alimentos e preparações culinárias que contenham as substâncias causadoras da alergia em sua composição. Além disso, deve-se orientar o paciente a sempre observar na rotulagem dos produtos se há, na composição, algumas dessas substâncias”, alerta a profissional.

Como lidar com a frutosemia? Confira os alimentos permitidos

Embora muita gente pense que a frutose só esteja presente nas frutas, existem outros alimentos que possuem a substância, além de seus derivados, como a sacarose e o sorbitol. Por isso, é necessário estar atento aos rótulos e a presença desses elementos para que não agravem o quadro dos intolerantes ou alérgicos.

Alimentos permitidos para os portadores de frutosemia:

– Leites e produtos lácteos: Opte pelas versões sem a adição de açúcar e sem a presença de frutas e cereais que podem causar complicações. Esteja atento ao quadro nutricional e garanta que não há nenhuma outra substância alergênica.

– Carnes vermelhas e brancas (carne bovina, frango e peixes): Fonte de proteínas para o organismo, as carnes estão liberadas em para os portadores de frutosemia, inclusive, ajudam a suprir os nutrientes que não são ingeridos em outros alimentos.

– Ovos: Assim como as carnes, os ovos são ricos em nutrientes importantes para o bem-estar e também é indicado para esse tipo de dieta.

– Gelatina sem açúcar: Para quem não resiste a uma sobremesa, as gelatinas estão liberadas, já que o sabor e cor das frutas se dá pela presença dos corantes. Ainda sim, é necessário optar pelas versões diets e garantir a ausência das substâncias.

– Café e chás: Os cafezinhos e os chás de frutas, desde que sejam feitos com corantes ou as folhas das frutas, podem ser consumidos normalmente, porém, sem a adição de açúcares.

– Vegetais: A frutose também está presente em alguns vegetais, por isso, em uma alimentação para pessoas que possuem a frutosemia, os alimentos liberados são: brócolis, espinafre, pimentão, alface, couve flor e rabanete.

– Cereais comuns e integrais: Arroz, aveia, cevada, tapioca, trigo, centeio estão liberados. Além disso, os produtos feitos a partir deles, como pães e biscoitos também podem ser inclusos, desde que não contenham a frutose, sorbitol e a sacarose.

Atenção ao consumo – Seja cereais, produtos lácteos, frutas, biscoitos industrializados, adoçantes, molhos, bebidas e até vegetais que contenham em sua composição a frutose, sacarose e/ou o sorbitol, devem ser evitados ou inseridos na alimentação sob orientação de um profissional.

O que é frutose? Saiba mais sobre o açúcar das frutas

A frutose é um tipo de açúcar encontrado em frutas e vegetais de todos os tipos. Por ser um tipo de carboidrato natural, ela se torna importante em uma dieta saudável, já que atua no fornecimento de energia e ajuda na formação de algumas células do nosso corpo.

Naturalmente doce, a frutose vem sendo produzida pelas indústrias a partir do sorbitol (substância presente em plantas da família das Rosáceas, como as maçãs, peras, cerejas, ameixas e damascos) para ser adicionada em bebidas, doces e outros produtos industrializados. Por isso, os intolerantes à essa substância devem sempre estar atentos aos rótulos, já que é cada vez mais comum encontrá-la nos alimentos.

*Sheila Basso (CRN 21.557) é especialista em nutrição clínica e em obesidade, emagrecimento e saúde pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). A profissional disponibiliza sua página no Facebook para contato: Benvenutri