Transtorno alimentar infantil existe! Saiba como tratá-lo
Engana-se quem pensa que distúrbios relacionados à alimentação (como anorexia ou bulimia) atingem apenas adolescentes e adultos. Desde a infância, é possível que alguns indivíduos manifestem certa dificuldade (e desconfortos) na hora de realizar as refeições. O problema, no entanto, é quando a criança se recusa a comer a variedade e quantidade de alimentos necessárias para se manter saudável. Para entender melhor o assunto, nós conversamos com a psicóloga Michelle Lage, que explicou melhor o que é transtorno alimentar infantil e como tratá-lo de forma adequada. Confira!
O que é distúrbio alimentar infantil?
Cuidar da alimentação das crianças é fundamental para garantir uma boa fase de crescimento e desenvolvimento de todas as funções do corpo. Afinal, nutrientes como proteínas, fibras, vitaminas e minerais são indispensáveis para a evolução das funções cognitivas, metabólicas e para o funcionamento dos sistemas do organismo (nervoso, cardiovascular, respiratório etc.). Por isso, caso seja identificado algum distúrbio alimentar infantil, é de suma importância agir o quanto antes! De acordo com a psicóloga Michelle Lage, esse tipo de problema costuma acontecer por conta de desentendimentos na hora de introduzir a comida aos pequenos.
“O transtorno alimentar infantil, também conhecido como dificuldade(s) alimentar(es) na infância, é qualquer desentendimento ou dificuldade entre o cuidador e a criança no que diz respeito à alimentação. Engloba casos de seletividade, distúrbios orgânicos, fobias alimentares, ou até mesmo interpretação falha dos pais”, explica Michelle.
Quais são os sinais e sintomas desse tipo de transtorno?
Para identificar se a criança realmente está sofrendo com algum distúrbio alimentar, é muito importante ficar atento a possíveis sinais e sintomas. A recusa a diferentes tipos de alimentos – até mesmo doces e comidas consideradas mais apetitosas pelos pequenos – é considerada um dos principais sinais de que existe algo de errado com a alimentação infantil. Mas, de acordo com a psicóloga, o transtorno alimentar também ocorre quando a criança rejeita apenas alimentos mais saudáveis (como frutas e hortaliças). Por isso, é muito importante ter atenção para que a criança não sofra com deficiências nutricionais.
“A alimentação inadequada, por sua vez, tem muitas consequências, pois uma nutrição deficiente traz sinais e sintomas secundários de diversas ordens. Dito isso, um dos principais avisos é, muitas vezes, a dificuldade em ganhar peso de forma apropriada. Vale lembrar também que essa ordem de transtorno tem seu início antes dos seis anos de idade, e que os sintomas parecem não ser devido a nenhuma condição médica geral, mas sim a outra questão psiquiátrica ou à falta de alimentos específicos na dieta”, afirma Michelle.
Como tratar o transtorno alimentar infantil?
Muitas vezes, o distúrbio alimentar infantil pode ser causado por conta da influência dos pais e de outros cuidadores com relação à alimentação. No entanto, existem também fatores biológicos que podem influenciar nesse quesito. Por isso, caso a criança esteja com alguma dificuldade para comer, é muito importante consultar profissionais especializados – como médicos, nutricionistas e psicólogos. De acordo com Michelle Lage, é necessário levar em conta diferentes aspectos da vida da criança para realizar o tratamento adequado.
“O objetivo principal do tratamento é a melhora do estado nutricional do paciente. Deve ser realizada uma avaliação dos pais/cuidadores e de fatores psicossociais que possam estar contribuindo para o desenvolvimento e a manutenção do problema. As práticas alimentares devem ser compreendidas não apenas quanto aos alimentos consumidos habitualmente, mas também quanto às condições que favorecem tais hábitos, pois elas são determinadas por vários fatores, como disponibilidade objetiva dos alimentos, modo de vida, influências culturais e introdução de novos alimentos por meio da mídia”, finaliza a profissional.